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(Christina Rodrigues)
Viver é um desafio
Levantar da cama pela manhã
E não saber o que será seu dia.
O inesperado espera a cada esquina.
O inatingível nos alcança a toda hora
Aonde vamos?
Onde estamos?
O que programamos
É desprogramado a qualquer momento.
Medo! Impotência.
A verdade é que nos trancamos
Nos nossos apartamentos,
Colocamos câmeras de segurança,
Guarda-costas,
Mas a violência nos atinge o tempo inteiro.
Só o tempo consegue ser inteiro.
Perdidos a cada movimento,
Somos reféns do medo.
Acordar é um desafio.
Erguer os olhos a espera de um milagre,
Enquanto geramos a violência
Com nossa imobilidade.
E depois perdemos a fé.
Ter fé é um desafio.
Como mudar algo que construímos
Com nossa insensibilidade, frieza, distância.
Como arrancar algo,
Que plantamos com nossa incoerência.
São desafios!
Reter o carro que jogamos no precipício.
Deter a palavra que ensinamos a falar.
Somos o que pensamos.
Pensamos o que vivemos.
Vivemos o que plantamos.
Plantamos a ignorância.
A falta de educação
Plantamos a fome
Plantamos a solidão.
E o desafio agora
É acordar
Em todos os sentidos
Com todos os sentidos
Desafios.
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Sou aquele que canta
(Luca Oliveira)
Sou aquele que canta
Que pensa, e que vive
Aquele que grita e que corre
Pois sabe que é livre
Sou a voz do silêncio
Que faz escândalo
Sou o que cismo de ser
Louco, sem esperar a sensatez
Um momento por vez
Um dia após o outro
basta a cada um o seu mal... afinal,
Sou aquele que crê e duvida da fé.
Sou tudo e sou nada
palavra rimada me faz "CABARÉ!"
(Ilustração do filme Moulin Rouge)
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Apetite aberto
(Karla F. Loureiro)
Quero te comer , mas sem te vomitar!
Melhor...
Te vomito e te como de novo
O amor pra mim é assim Pulsante...
Tuas palavras nas minhas vísceras
Tuas secreções nas minhas
Nossas idéias num turbilhão!
Ainda penso...
Ainda vivo!
Estou aqui e Sinto muito , Tenho tudo.
Minha verve...
Meu estro !
Um livro aberto...
Vai, abre a página!
.
(Pintura. Autoria em pesquisa)
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O Belo
(Paulo Franco)
O novo nascerá vindo do velho
qual artista que a martelo
a arte nova cria
transformando a pedra em belo.
E o belo que da pedra sai
molda o que é duro
como a luz em beco escuro
em si se sobressai.
E do velho que se vê no novo
outros sonhos reflorescem
como as gerações em cada povo
um novo revolucionar aquecem.
E assim se tece a criação
se transformando a cada renascer,
verso a vagar de mão em mão
pra no instante eternizar o ser.
E o novo que se vê no velho
é o criador a ourivar a inspiração,
qual artesão a cizelar verso
libelo pra eternizar do criador a criação.
(Do livro PÉTALAS DE INSÔNIA - página 24)
(Pintura. Autoria em pesquisa)
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SE EU FOSSE DEUS...
Por Luizinho JR.
Teria o poder sobre tudo e sobre todas as coisas.
Faria com que o mundo fosse um lugar mais justo.
Não permitiria a fome, a miséria, a exploração,
e nenhuma outra forma de violência.
Não permitiria a ganância, a insensatez,
o ódio e a intolerância.
Não permitiria os massacres e os genocídios.
Faria com que todos se respeitassem,
independente da raça, crença ou cultura,
reconhecendo no outro a si mesmo.
Jamais permitiria o surgimento das desigualdades sociais.
Jamais permitiria o fanatismo e as religiões.
Faria com que todos os homens soubessem discernir o certo do errado.
Jamais permitiria atitudes que não causassem o bem comum a todos.
Jamais permitiria o sofrimento.
Não permitiria a hipocrisia
Não permitiria a guerra.
Faria um mundo onde nada daria errado.
Faria um mundo onde todos viveriam felizes.
Faria um mundo perfeito, com habitantes perfeitos.
Enfim...
Se eu fosse deus, não existiria.
(O GRITO- de Munch)
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A TRANÇA DAS RUAS
(R. Simões)
Desde que me conheço no berço ainda,
berço desconhecido trançando os pés,
quem sabe tentando sair de lá
já,prá essa trança das ruas.
É que as ruas fazem tranças nuas,
umas pelas outras quando se quer "andar".
É no meio dessas tranças que entro.
E já conhecido das ruas
tido como laço nas andanças
e querido como o nó de aço,
com que prendo suas pontas no peito
bem daquele meu jeito
de quem ama as tranças da rua.
Todas elas descomplicadas
sem embaraço
algumas sujas e amadas,
outras lindas e abandonadas.
Tranço tanto todas elas
que as tranço sem perceber.
E sem perceber vou trançando,
viajando nos seus contornos matreiros,
contornos de muitas "luas".
E é certo que bem de perto vigiado
pelos olhos zombeteiros
de cada uma das ruas.
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