segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

HISTÓRICAS

Eduardo Alves da Costa

CAMINHO COM MAIAKÓVSKI

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E como nunca dissemos nada
já não podemos dizer mais nada.



Nos dias que correm
a ninguém é dado repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redore o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado, no plantio.
Mas ao tempo da colheita lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
efender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condiçãode falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!

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ENGANO!
"Caminho com Maiakovski" não é de Maiakovski, mas sim de Eduardo Alves da Costa. Um lindo poema que não estaria reverenciando o nome do grande poeta russo Maiakovski, muitas vezes confundido como sendo do próprio é na verdade de outro poeta, Eduardo Alves da Costa.
O poeta Eduardo Alves da Costa garante que Maiakóvski nada tem a ver com o tema, assim noticia a Folha de São Paulo, edição de 20.9.2003- "Um Maiakóvski no caminho. Foi uma confusão de 30 anos. Escrito nos anos 60 pelo poeta fluminense Eduardo Alves da Costa, 67, o poema "No Caminho, com Maiakóvski" era (quase) sempre creditado ao russo Vladimir Maiakóvski (1893-1930). Eduardo Alves da Costa falou à coluna da "Folha" - Você se arrepende de ter posto Maiakóvski no título? Eduardo Alves da Costa - De maneira nenhuma! Tanto que vou usar o mesmo título para o livro que sai agora. "Folha" - Durante mais de 30 anos acreditaram que o poema era dele. Isso não o incomoda? Costa - Era uma enxurrada muito grande. Saiu em jornais com crédito para Maiakóvski. Fizeram até camisetas na época das Diretas-Já. Virou símbolo da luta contra o regime militar. O poema saiu em jornais universitários, nos anos 70. O psicanalista Roberto Freire incluiu em um livro dele e deu crédito ao russo e me colocou como tradutor. Mas já encomendei da França a obra completa do Maiakóvski. Quando alguém me questionar, entrego os cinco volumes e mando achar o poema lá.
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PIADAS E CARTUNS
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SELEÇÃO DE CHRISTINA RODRIGUES
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Duas velhinhas bem velhinhas estão jogando sua canastra semanal.
Uma delas olha para a outra e diz:
- Por favor, não me leve a mal. Nós somos amigas há tanto tempo e agora eu não consigo me lembrar do seu nome, veja só a minha cabeça. Qual é o seu nome, querida?
A outra olha fixamente para amiga, por uns dois minutos, coça a testa e diz:
- Você precisa dessa informação para quando?
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A filha entra no escritório do pai, com o marido a tiracolo e indaga sem rodeios:
- Papai, por que você não coloca meu marido no lugar do seu sócio que acaba de falecer?
O pai responde de pronto:
- Conversa com o pessoal da funerária.
Por mim, tudo bem.
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COISAS QUE ACONTECEM-------

"Queridou filhou, estar cometendo na Iraque a mesma erro que cometi com seu mãe- NÃO RETIREI À TEMPOU!"
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TEATRO
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CRÍTICAS E INDICAÇÕES
por Christina Rodrigues
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O MISTÉRIO DA RUA DAS ANDORINHAS

Fui assistir a esta peça neste sábado e adorei!!! A peça é muito bem cuidada, com destaque para a direção, o figurino e o cenário.Fala de um tema que sempre discutimos e pouco vemos por aí! A perda da infância, diante do computador, das obrigações e da moda imposta pela tv. De como nossas crianças brincam menos que nós brincávamos perdidas em seus video games e novelinhas.Muito bem humorada, os espectadores mirins de todas as idades, ficavam hipnotizados diante desta surpreendente história! Eu indico! Segue o release:O Mistério da Rua das Andorinhas, musical infantil da Companhia do Risco, estréia no TEATRO DOS QUATRO, no Shopping da Gávea.Resultado de pesquisas acerca do folclore e das tradições que povoam o imaginário infantil, o espetáculo O Mistério da Rua das Andorinhas, estréia no dia 27 de JANEIRO, no TEATRO Dos QUATRO, no Shopping da Gávea.O Mistério da Rua das Andorinhas está cartaz desde o ano de 2004 e já passou pelos teatros: CASA DE CULTURA LAURA ALVIM, ESPAÇO CAFÉ CULTURAL PETROBRÁS, TEATRO ZIEMBINSKI, TEATRO DA UFF E II FESTIVAL NACIONAL DE RIO DAS OSTRAS, tendo sido assistido por mais de 5.000 pessoas.O Mistério da Rua das Andorinhas é o musical infantil da COMPANHIA DO RISCO. O texto é de DEBORAH ESTEVES, músicas de LEANDRO MUNIZ e direção de MAURO MARQUES.O espetáculo presta uma homenagem à infância, resgatando jogos, brinquedos e brincadeiras do imaginário infantil.Na Rua das Andorinhas as crianças brincam, criam, imaginam e se divertem, mas, de repente, elas se vêem diante de dois grandes mistérios: o desaparecimento de um menino da vizinhança e um sinistro grandalhão que vive rondando o bairro, colocando medo nas crianças.Depois de “quebrarem as cabeças”, as crianças descobrem que o menino desaparecido é o próprio grandalhão. O menino envelheceu de repente. Mas, por que isto aconteceu? Por que sua infância foi roubada ?Enquanto as crianças tentam ajudar o grandalhão a resolver este mistério e recuperar a sua infância, percebem que outras crianças do bairro também apresentam sintomas de envelhecimento.Com a ajuda de Tia Jilú, uma “coroa” amalucada e muito divertida, as crianças aos poucos vão descobrindo que seus amigos estão envelhecendo porque não sabem mais brincar.

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